04 fevereiro, 2008

Crítica de filme por W. Junior (Alvin e os Esquilos)


Tudo começou porque havia prometido levar meu amiguinho Felipe, de 09 anos, no cinema. Dentro do carro, entre eu sua mãe e sua tia, rolaram discusões musicais que tratavam de como os músicos são pouco valorizados no nosso país, em como falta respeito à nossa classe, e em como algumas gravadoras, e algumas pessoas inseridas no meio, pensam só no dinheiro, se esquecendo que a arte, a música em si, é muito mais importante.

Pois bem, chegando lá, eu e ele pensando em que filmes iríamos assistir: eu insiti que fosse um outro, mais cheio de fantasia, mas ele acabou decidindo: Alvin e os Esquilos. Bom, pra qualquer pessoa talvez possa ser estranho tirar de dentro de um filme infantil uma crítica tão profunda, mas é exatamente isso que aconteceu. A cada cena, a cada fala, eu ia criticando e conceituando.

O filme conta a história de Dave Seville, um compositor que vê sua música rejeitada pela gravadora. Então aparecem três esquilinhos - muito engraçados e originais, diga-se de passagem - que falam e cantam! Então após ver as belíssimas vozes, Dave convence que Alvin, Simon e Theodore, cantem suas composições. Após algumas passagens frustradas, Alvin e os Esquilos decidem ajudar Dave, e assinam contrato com a gravadora: fama, dinheiro, e tudo o que o dono da gravadora mais sonhava.

Porém, houve um momento em que o dono resolve tirar os esquilos da proteção de Dave, que era contra fazer dos bichinhos uma galinha dos ovos de ouro, e os tranforma em posptars, onde não importa mais que música toquem, mas sim, a quantidade de produtos que vendem, e o dinheiro que geram. O dono da gravadora chega a citar que a música é apenas um meio pra se chegar ao dinheiro. Danem-se o estilo, e a arte. Mas após uma exausta turnê, os esquilos começam a adoecer e têm de cantar por playback, uma técnica bastante usada para forjar o famoso "quem canta faz ao vivo". Nessa hora, não ganha mais quem tem mais talento, mas quem pode trapacear mais.

Nunca imaginei retirar uma crítica de um filme infantil, mas posso dizer que hoje vivemos numa situação muuuuuuuuito parecida, senão pior: o jabá presente nas rádios, os lixos culturais na TV, a mídia entupindo a programação de porcarias, o espaço para bandas novas - como a gente que sofre de perto esse problema - cada vez mais escasso. Sim, dá mais dinheiro transformar adolescentes em popstars, forçar através do dinheiro as rádios a tocar, e a de certa forma obrigar as pessoas a ouvirem sua música (música?), comprarem seus produtos. Realmente, eu como um estudante ainda iniciante de Economia, acho que faz muito sentido um investimento destes. Mas quando falamos de música, a praia é outra: Estamos falando de arte, estamos falando de sentimentos, estamos falando de passar pras pessoas algo de bom, e não introduzir um batuque repetitivo e comercial pra fazer com que elas ouçam sua música, comprem suas roupas, vá aos seus shows. Música é arte, ela tem que ser sincera e autêntica, é vida, e não essa coisa morta que ouvimos nas rádios todos os dias.

Ainda existem aqueles que apoiam a música parelela à tudo isso. Ainda há muita coisa boa rolando por aí, não com a mesma intensidade de anos atrás, mas ainda há. Mas o espaço pra elas é bem menor. Portanto, antes que seja tarde demais, devemos filtrar o que é bom e o que não é, não simplesmente sermos um ralo, por onde passa tudo o que é tipo de sujeira. Antes sejamos filtros, escolhamos a dedo o que gostamos de ler, ouvir assistir, indicar aos nossos amigos, enfim, tentar fazer com que a música não deixe nunca de ser uma obra de arte, sem fórmulas, sem apelos, apenas música pela música.

W. Junior

4 comentários:

Lou Carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Fiqeei até meeio seem palavraas!
Mas é isso ai devemos mostrar pra todos que música não é só mais um barulho para nossos ouvidos, temos que mostrar que a música é feita pra mostrar nossos talentos, capacidade, mais não só isso, mas sim como também devemos mostrar que música é um sentimento de quem a faz quer mostrar pra todos o que sente e o que pensa em relação a vida, ao mundo, à naturaza, enfim música é uma arte, e pra quem não gosta não fique falando coisa que nem sabe, se não gosta de música realmente é porque não tem sentimento nenhum !
Depois disso vou até assistir o filme... rsrsrs.
Beiios da Loh*

Anônimo disse...

oi

Anônimo disse...

acho q essa menina não entende muito de musica.. (nunca vi um comentário tão inútil que nem esse) o do W. la até que da pra tirar algo inteligente.. mas o dela? acho que ela vai ter que aprender um pouco mais antes de querer fazer uma crítica.
Ta mais pra Tiéti
Enqunto ao W. (por que W??), sua critica foi bem elaborada, mas cada um faz a escolha q lhe convem. O importante é cada um fazer a sua parte.

Obs: Loh correee pro cinema assistir o filme infantil que combina com vc ;)

Sem mais delongas
Abraços aos amigos